Introdução a Metafísica da Qualidade (MOQ)





Conceitos Básicos


A Metafísica da Qualidade (MOQ) é uma teoria da realidade introduzida por Robert Pirsig no livro filosófico Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas (1974) e expandida em Lila: Uma Investigação sobre Moral (1991). A MOQ incorpora facetas do empirismo, da filosofia do extremo oriente, do pragmatismo, o trabalho de F.S.C Northrop e filosofia indígina dos nativos americanos. Pirsig argumenta que a MOQ é a melhor lente para enxergar a realidade além do dualismo cartesiano baseado em "sujeito/objeto" do pensamento incorporado no Ocidente.


A Metafísica da Qualidade começou realmente nos seus estudos acadêmicos do curso de bioquímica. Entretanto, ele terminou concluindo que as respostas definitivas para a vida não foram encontradas pela ciência. Depois de passar uma época na Coréia do Sul como um soldado, ele encarou que a filosofia oriental seria um lugar melhor para procurar as últimas questões.  No seu retorno da Coréia, leu o livro " O encontro entre o Oriente e Ocidente" no qual relatou que a diferença da cultura ocidental para a cultura oriental estava em um modelo sistemático. Em 1950, Pirsig continuou seus estudos na Universidade Hindu Banaras, onde entrou em contato com os textos Sâncritos do Tat tvam asi - " Tu és aquele, que afirma que tudo que você pensa que és (Subjetivo), e tudo que você percebe (Objetivo) é indivísivel. Integrar este vácuo de divisão é se tornar iluminado." A natureza da experiência transcedental tem um papel subjacente em toda essa obra.


No final da década de 50, Pirsig ensinando Retórica na Universidade do Estado de Montana e, com o encorajamento de um antigo colega, decidiu explorar o que exatamente significava o que era conhecido sobre o termo Qualidade. Ele propôs à seus estudantes o trabalho de definir esta palavra. Isto, acoplado com a cerimônia do peyote dos nativos americanos, ele desenvolveu com um amigo antropologista, James Verne Dusenberry, impulsionou o que ele chamou de "uma nuvem de cogumelo do pensamento". Assim começou a desenvolver suas ideias sobre Qualidade em seu primeiro livro, Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas, e expandiu e codificou suas ideias da MOQ na continuação Lila.


"Qualidade", ou "valor", como descrito por Pirsig, não pode ser definido porque empiricamente precede qualquer construção intelectual sobre. Qualidade é o "corte fino da faca" da experiência, conhecido por todos. "O que distingue uma escrita boa ou ruim? Nós precisamos perguntar esta questão de Lysias ou alguém já escreveu alguma coisa sobre isso?" (Fedro - Platão; pág.258). Idêntico a noção do Tao, Pirsig postulou que Qualidade é a força fundamental no universo estimulando que todas as coisas, dos átomos até os seres vivos, envolvendo e incorporando sempre grandes níveis de Qualidade. De acordo com a MOQ, tudo (incluindo ideias e matéria) é um produto e um resultado da Qualidade.


A MOQ sustenta que Qualidade por si é indefinível, mas para entender melhor isto, Pirsig divide Qualidade em duas formas: padrões de qualidade estáticas (fixáveis) e qualidade dinâmica (infixável). Os quatro modelos de valor estático assim como os qualidade dinâmica se extendem exaustivamente por todos os âmbitos da realidade. Logo que o corte inicial da Qualidade Dinâmica se torna habituável, assim se torna em padrões de valores estáticos. É importante notar que Pirsig não está propondo uma dualidade: Qualidade é única, que se manifesta de diferentes formas. Diferentemente do dualismo, essa manifestão de Qualidade em termos de dinâmicos e estáticos valores representam um monismo dialético.


Qualidade dinâmica não pode ser definida. Isto só pode ser entendido intelectualmente através do uso de analogias. Pode ser descrito como uma força de mudanças no universo, quando um aspecto da qualidade se torna definível e customizado, se torna estático. Pirsig chama de Qualidade Dinâmica " o corte pré-intelectual da realidade" porque isto só pode ser reconhecido antes de ser conceitualizado. Este é o motivo principal da beleza dinâmica de um trecho de uma música que pode ser reconhecido antes que uma análise estática possa explicar porque a beleza da música pode ser construída.


Pirsig define qualidade estática como tudo no qual pode ser definido. Tudo encontrado no dicionário, por instância, é de qualidade estática. Estas formas estáticas, se elas têm suficientemente boa ou má qualidade, são nomes dados e compartilhados com outras pessoas, construídos sob uma perspectiva de conhecimento geral para uma determinada cultura. No entanto se algumas culturas dividem entre coisas o que outras culturas percebem como iguais ( ele dá um exemplo dos sons das sílabas indianas "dha" e "da", no qual soam como indiferenciáveis aos ouvidos ocidentais), e muitas culturas não têm palavras para um conhecimento específico por todos (ex: a definição exata da palavra germânica "verklemmt" que não pode ser traduzida em inglês). Pirsig ainda subdivide qualidade estática entre os seguintes modelos: inorgânico, biológico, social...e padrões intelectuais, em ordem ascendente da moralidade.

- padrões inorgânicos: seres não-vivos.
- padrões biológicos: seres vivos.
- padrões sociais: comportamentos, hábitos, rituais, instintuições.
- padrões intelectuais: ideias.


Pirsig descreve evolução como a progressão moral destes padrões de valores. Por exemplo, um padrão biológico superando padrão inorgânico (ex: um pássaro voando que supera a gravidade) é um valor moral porque um padrão biológico é uma forma mais desenvolvida de evolução. Assim como, um padrão intelectual de valor supera um padrão social (ex: direitos civis ultrapassados) é um desenvolvimento moral porque o intelecto é uma forma mais desenvolvida que sociedade. Portanto, decisões de conduta individual durante o dia-a-dia podem ser analisados usando a Metafísica da Qualidade.



O Papel da Evolução, Tempo e Ordem na MOQ



Por Anthony McWatt da Universidade de Liverpool, e Eric Priezkalns com respostas de Robert Pirsig





A Metafisica da Qualidade (MOQ) foi uma teoria introduzida por Robert Pirsig em sua obra "Lila" de 1991. Qualidade é referido, por Pirsig, é a "imediata, indivisível, experiencia." Isto quer dizer que a experiência imediata antes de nenhuma divisão consciente feita entre os estados internos e externos. Isto é similar a tradição Cittamatra no Budismo no qual afirma que entidades existem sem o fluxo das percepções mas não como objetos externos idependentes. Consequentemente, a MOQ compartilha do ensinamento fundamental do Budismo no qual uma visão incorreta da realidade é enxergar um distinto e persistente corpo e mente através da consciência onde o sujeito é discernido, junto com os objetos. E a correta visão da realidade é:

" ver sem nenhuma persitência corpo ou mente - nem sujeito - desde que haja nenhuma dinstição e mente persistente avaliável pela percepção."

No qual Guenther adiciona:

" Desde que nenhuma experiência ocorra mais que uma vez e que todas experiências repetidas atualmente são somente ocorrências análogas, isto quer dizer que uma coisa ou substância material só pode ser dito para uma séries de eventos interpretados como uma coisa, tendo não mais substancialidade que qualquer outra série de eventos que nós arbitrariamente singularizamos. Assim a distinção entre "mental" e "material" se torna irrelevante e isto é uma questão tateável para falar de objetos físicos."


Entretanto, para Pirsig, experiência imediata (ou Qualidade) é a experiência onde não há distinção entre o que é experienciado e o ato de experienciar por si mesmo. Qualidade é um fluxo mutável da realidade que logicamente vem antes de quaisquer dinstinções conceituais tal de que sujeitos e objetos são feitos. Os conceitos de sujeito e objeto são comumente confudidos com a essência da realidade porque eles se tornaram um aparato comum para descrever, entender e analisar a realidade.
Isto não quer dizer que conceitualização por si é um problema (para a MOQ é um ajuste de conceitos) mas uma confusão de conceitos para como a realidade é. Isto é provavelmente a maior dificuldade por parte da filosofia de Pirsig para entender e é definido pelos budistas como a "sabedoria correta".
Além disso, seguindo o pensamento de Alfred North Whitehead, "imediata, indivisível experiência" é interpretado como um evento para Pirsig. Ele fraseia desta forma:

"Qualidade não é uma coisa. É um evento. É o evento no qual o sujeito fica ciente do objeto...o evento Qualidade é a causa dos sujeitos e objetos, no qual eles são erroneamente interpretados por seu a causa da Qualidade".

Outro erro metafísico, de acordo com Pirsig, é ter a noção do evento e considerar isto dependente sobre aqueles do sujeito e do objeto. Um rendimento mais acreditado deste erro é o dado de reverter esta relação, então entendendo como sujeito e objeto são eles mesmos indefinidos e desprovidos de continuidade. Isto é ilógico por colocar eles de forma distintas como Bertrand Russell adverte:

"O material no qual o mundo da pura experiência é composto é, acredito eu, nem mente nem matéria, mas alguma coisa mais primitiva que os dois".

Desta forma,  para a MOQ, eventos seriam meramente ferramentas analíticas - modos de dividir o mundo entre unidades prontas para favorecer o processo. Esta é preferência de Pirsig em termos empirícos. Nós experienciamos o mundo como uma sequência de eventos, do qual inferências são feitas sobre sujeitos e objetos, no qual servem para informar nossa visão do mundo. 

Cada sujeito e objetos, portanto, são percebidos por Pirsig como generalizações da experiência. Sistemas metafísicos no qual apoiam estes conceitos (explicitamente ou implicitamente) são referidos por ele como metafísicas de sujeito/objeto(SOM). SOM usualmente se refere à qualquer sistema metafísico que segue a distinção simbolisadas (que provavelmente foi reconhecido primeiramente pela Grécia Antiga) por Descartes no qual é chamado de dinstinção Corpo-Mente. Isto envolve a divisão de um ser sensciente (assim como um ser humano) em um Corpo (no qual é ocupado espacialmente) e uma Mente(que não é).

De acordo com Pirsig, a essência da experiência é "Qualidade", que por inferência, Qualidade é o bloco de construção fundamental do mundo. Uma experiência imediata (ou Qualidade) está em um fluxo de mudanças contínuas, no qual parece impossível produzir uma definição exata de Qualidade. Isto é em parte porcausa de que pelo tempo, qualquer definição completa para uma (e isto levaria um bom tempo!) experiência imediata iria ter mudado subsequentemente resultando em uma definição imprecisa.

Pirsig também iguala Qualidade com o Valor. Assim, ele considera qualidades morais por serem tão perceptíveis quanto qualquer outra. Consequentemente, uma das definições características de seu trabalho (e que é focada bastante em "Lila") é antes que deslocar morais de outros estudos fundamentais, morais são apenas derivadas prontamente de nossa experiência imediata quanto as ciências naturais. O universo inteiro é percebido como sendo à princípio sujeito à uma ordem moral.

O ponto de vista científico é baseado em um mundo objetivo "lá fora" dependendo de postulados que não podem ser diretamente experienciados como são, assim portanto, menos puro empiricamente (e logicamente a posteriori) para a MOQ no qual começa em uma experiência sem mediação.

Embora não existam objetos e sujeitos, como tradicionalmente concebido dentro da MOQ, por razões pragmáticas (ex: isto faz com que a existência humana se torne muito mais fácil por fixar conceitos) Pirsig fala que o fluxo de mudanças contínuas da realidade imediata "Qualidade Dinâmica" enquanto qualquer conceito abstrato deste flux é limitado por um padrão de "qualidade estática". É importante atentar que "Qualidade Dinâmica" não é um conceito mas soment um termo de referência para experiência imediata (por exemplo).

"A proposta da descrição de "Qualidade Dinâmica" como "fluxo de mudança contínua da realidade imediata" é limitar a noção da Qualidade Dinâmica como algum tipo de objeto. Tentar pegar esta definição como algum tipo de objeto filosófico por si mesmo é perverter a proposta no qual o embasamento foi intencionado".

Qualidade Dinâmica é mais usada como um termo que compreende referência aos "desconhecidos conceituais" (como implicado pelo físico Niels Bohr) exemplo: quantidades que são inefáveis, por exemplo, no contexto da experiência transcedental e experiências aestéticas ou no contexto de ondas-partículas na mecânica quântica. Por "qualidade estática", Pirsig não está se referindo à algo como o movímento do vácuo no sentido Newtoniano mas para qualquer arranjo repetido ou é "inorgânico" (substâncias químicas, forças quânticas), "orgânico" (plantas, animais), "social" (cidades, formigueiros) ou "intelectual" (ideias, pensamentos). Qualidade estática é qualquer padrão que aparece ao longo suficiente para ser conhecido sem o fluxo da experiência imediata (sem Qualidade Dinâmica). Assim como a teoria de Pirsig é pan-experiencial, a experiência referida por ser "imediata" não requer nenhuma identidade ( seja uma partícula sub-atômica, planta, verme, ser humano, etc.) que é derivado da experiência imediata.

Os padrões estáticos de Qualidade são divididos entre quatro sistemas que são relatados através da evolução cosmológica. Se pegamos o "Big Bang" como um ponto de início do universo, é notável que neste ponto (do tempo) só haveria somente padrões inorgânicos de qualidade. Isto quer dizer forças quânticas. Desde então, em sucessíveis estágios da história, substâncias químicas surgiram de forças quânticas, plantas e animais evoluíram de padrões biológicos, e o intelecto evoluiu de sociedades.






Os padrões subsequentes para o nível inorgânico tiveram se desenvolvido de um estado negligente e se tornou mais complexo conforme o universo se tornou mais velho.

"...o universo vai evoluindo de uma condição de baixa qualidade (somente forças quânticas, sem átomos, pré-big ban) até uma maior (pássaros, árvores, sociedades e pensamentos) e no sentido estático (mundo dos afazeres cotidianos) destes dois não são o mesmo".

E como o cosmologista Edward Kolb nota:

" E provavelmente no maior milagre de transformação da natureza, o universo (eventualmente) evoluiu a capacidade de ponderar e entender ela mesmo."

Evolução é uma consideração importante dentro da MOQ como um código de éticas gerado destes quatro níveis de padrões estáticos. Através de cada nível de padrões que emergeram de cada um deles, cada qual seguiu suas próprias regras aleatórias, exemplo são as leis físicas como gravidade (inorgânica), as leis da floresta (biológica), cooperação entre animais (sociedade), e as ideias de liberdade e direitos humanos (intelecto). É importante notar que as diferentes leis destes quatro padrões eventualmente entram em conflito (ex: adultério - um valor biológico para umas únicas espécies versus estabilidade familiar ( um valor social).

A MOQ combina os quatro níveis de padrões para produzir um entreleçamento baseado em uma hierarquia evolucionária. Dá padrões intelectuais primazia moral do que para padrões sociais, prioriza padrões sociais do que padrões biológicos, e finalmente prioriza padrões biológicos do que inorgânicos.  Um ser humano é de toda forma visto como precededido de valor moral comparado à um cachorro porque um humano é considerado (neste sistema) por ser  de um nível mais alto de evolução.


" A MOQ diz, assim como o Budismo, que o melhor lugar na roda do karma é o eixo e não o aro onde cada um é lançado sobre os giros da vida cotidiana. Mas a MOQ vê a roda do karma como um loop aleatório e desgorvenado, de forças quânticas passando por forças inorgânicas e padrões biológicos e padrões sociais e intelectuais que percebem as forças quânticas. No sexto século D.C. na India não havia qualquer evidência deste tipo de teoria da evolução, e o Budismo, de acordo com as circustâncias, não prestou atenção nisto..."


"O sofrimento no qual os budigas consideram como desafio escapar, é visto pela MOQ como meramente o lado negativo da evolução. Sem o sofrimento para propulsionar isto, o carro desgovernado não iria prosseguir avançando com tudo isto."

Pirsig, portanto, sente que a MOQ é um "mapa" mais completo da realidade que SOM. Não só é dada a existência social como ontológicamente igual com os outros tipos de existência ( inorgânica, biológica e intelectual) o "conceitualmente desconhecido" é também contido dentro do sistema MOQ como a indefinida "Qualidade Dinâmica".
Conforme tudo que pode ser conceitualizado é reduzido para padrões de Qualidade dentro da MOQ, a divisão entre substância e não-substância se torna irrelevante. Padrões Inorgânicos-biológicos-sociais-intelectuais são relatados através da evolução e são todas formas de qualidade estática. Portanto, mente e matéria apesar de aparentemente muito diferentes e seguirem diferentes leis são cada uma padrões estáticos de Qualidade relatadas através de um relacionamento evolucionário.
Devido a falta de evidências empíricas, Pirsig ignora teorias anteriores ( tais como as glândulas pineal) preocupadas com a conexão entre mente e matéria e estados que seguem sobre este "problema".


Uma exposição do problema da evolução, tempo e ordem na MOQ de Pirsig:

Pirsig sugere que muitos dos erros clássicos da filosofia são motivados pela não aplicação da evoluçã cosmológica. Sem levar isso em conta, as ligações entre mente e matéria inorgânica (ex: biologia e sociedade) são muitas vezes esquecidos. Ele também critica SOM por falhar em reconhecer que todas explicações do mundo são estáticas e portanto limitadas. Apesar de tal exposição permitir que um ser sensciente aja com um degrau de certeza e confidência, é arriscar esquecer a natureza de mudanças contínuas dentro da realidade, com consequências metafísicas trágicas.

Análises estáticas são apenas "congelamentos" produzidos pela Qualidade Dinâmica, e portanto são somente menores que a completa dinâmica. E mais, para Pirsig, análises estáticas são apenas os componentes intelectuais da realidade enquanto equaciona a dinâmica com experiência imediata de uma totalidade. E isto é impossível para Qualidade Dinâmica ser "capturada" completamente pelo intelecto, a Dinâmica é manejada em cada vez menores fragmentos de análises estáticas. Esta limitação do intelecto humano é reconhecida por Whitehead que aponta como:

"Nós experienciamos mais do que podemos analisar. Nós experimentamos o universo, e nós analisarmos em nossas consciências somente uma minuciosa seleção de cada detalhe."


Assim, evolução é (normalmente considerada sendo) a ação tomando lugar sobre tempo -  na MOQ de Pirsig o ordenamento do tempo (do inorgânico até o intelectual) é fortemente implícito.

" Eu acho melhor dizer que o tempo é um conceito intelectual estático que foi um dos grandes primeiros emergidos da Qualidade Dinâmica na evolução da espécie humana. Isto mantém Qualidade Dinâmica um conceito livre..."

" A MOQ começa com a fonte de percepção inderenciada de si mesmo até a última realidade. A grande primeira diferenciação é provavelmente "mudar". A segunda talvez seja "antes e depois". A partir deste senso de "antes e depois" surgiu conceitos mais complexos de tempo."

Nós pedimos a atenção do leitor para o seguinte. Na citação acima o uso do termo ordem de Pirsig é descrito como "primeira grande" e "segunda grande" diferenciações, que parece claramente levar a conclusão que estas diferenciações vieram primeiro, em termos de pontuações de tempo no qual elas ocorreram (em vez de, dizer, "primeiro" no sentido de a letra "A" ser a primeira letra do alfabeto). Isto é aplicado porque unicamente seria esperado ao invés de uma explicação se uma diferente interpretação fosse intencionada. Quando se discute a evolução do conceito de "tempo", Pirsig tente a aceitar que houveram pontos no tempo antes do conceito de tempo ser desenvolvido. Assim, Pirsig deixa claro que ele não acha o "tempo" como o sendo o primeiro conceito desenvolvido, sabendo que outros conceitos foram desenvolvidos mais cedo na escala do tempo.


Isto implica a questão de como os padrões estáticos intelectuais da evolução, tempo e mudança poderiam ser exibidos em um estágio de desenvolvimento (ex: antes do pensamento humano) quando eles supostamente não existiam. Ou se estes conceitos tiveram algum aspecto físico (ou inorgânico)...então aceitando que teve um efeito antes do pensamento humano...isso parece contradizer a ideia de tempo de Pirsig ( e da inferência, evolução e ordem) que são apenas padrões estáticos de intelectualidade.


Finalmente, o uso da evolução como um constituinte da MOQ sugere que Pirsig tem invocado como suposições da clássica SOM; uma metafísica no qual esquece o requisito MOQ para árvore de toda realidade para a árvore da experiência imediata. Isto, portanto, levanta a possibilidade de contradição dentro da MOQ. Além disso, é notado que a teoria da evolução cosmológica foi mostrada ser falsa em seguida pelo ordenamento dos quatro níveis estáticos iria servir de base viável para um entreleçamento moral.

Pirsig responde: 

"Isto é um cuidadoso e acurado entendimento da Metafísica da Qualidade no qual sofre somente de um mesmo tipo de ceticismo encontrado em Lila e a própria MOQ. O sujeito (subject) é tão largo e tão diferente do entendimento convencional que precisa de mais espaço que outros sistemas.

Assim eu entendo o primeiro paradoxo alegado aqui, a MOQ inconscistentemente supõe que tempo criou o universo estático e também fixou que tempo não é uma parte do universo estático. Você não pode ter isto de âmbas as formas. A resposta, eu penso, é que de acordo com a Metafísica da Qualidade, tempo e mudança não atua para evoluir o universo estático. Só a Qualidade Dinâmica, tempo e mudança NÃO atuam para evoluir o universo estático. Só a Qualidade Dinâmica fez isso. "Tempo" e "mudança"são primariamente conceitos usados para descrever esta evolução mas eles não causam evolução nem mais que a lei da gravidade de Newton causa a terra para juntar tudo. Exceto onde a tensão muscular está envolvida, conceitos não puxam matéria inorgânica ao redor.


O segundo paradoxo alegado é que as metafísicas baseadas em Sujeito-Objeto engloba evolução e por isso, desde que a MOQ se opôs a SOM, evolução deveria estar fora dos limites para a MOQ. Mas, como Aristóteles iria ter apontado, o fato que A inclui B não previne logicamente C de também incluir B.
A observação final aqui está correta. Se a evolução cosmológica não existe então o ordenamento dos quatro padrões estáticos na MOQ iria cessar de ser uma base viável para um entreleçamento moral. A única base para uma moralidade iria então ser tradição e Qualidade Dinâmica - muito bom para o que tempos hoje em dia (hehehehe). Quando nós falamos de um mundo externo guinado pela evolução é normal assumir que é realmente isso...é independente de nós e é a causa de nós. A MOQ vai em frente com esta confirmação porque experiência tem mostrado ser uma qualidade extremamente alta acreditada em nosso tempo. Mas discordando da metafísica materialista, a MOQ não esquece que isto é apenas uma suposição - bem diferente de crenças no passado, de crenças de outras culturas presentes, e possivelmente de crenças que nós todos iremos ter no futuro. O que decide qual crença prevalece, é claro, é a qualidade."


Comentários Finais:

O primeiro paradoxo identificado por Pirsig está relacionado a criação do universo estático. O paradoxo que nós relatamos não afeta esta criação mas a validade de que Pirsig descreveu a realidade. Para ele, Qualidade Dinâmica criou todas as coisas manifestas no universo. Um dos métodos chaves que Pirsig usa é descrever a natureza desta criação é dar uma direção (ex: um fluído cosmológico no qual é inerente de qualquer forma de evolução). De qualquer maneira, isto significa que é possível descrever o universo em termos de um ordenamento funcional que precisa não ter em si mesmo envolvido também. Nós estamos em posição vantajosa de visões sofisticadas usando de altos conhecimentos científicos para reinterpretar o universo usando conceitos que vem a origem mais recente do que estes conceitos foram descritos em épocas mais carentes da história. A natureza do paradoxo no argumento de Pirsig para todos os conceitos endorsam a teoria da evolução. Para ele, Qualidade Dinâmica é a fonte verdadeira da realidade. Em relação a pontuar o tempo, conceitos (que são padrões intelectuais estáticos dentro da MOQ) são somente interpretações provisórias e limitadas da Dinâmica. Então o conceito estático de "evolução" em si mesmo é uma transação. A questão que se levanta, que para o sistema de Pirsig é mais conhecida é:
 Pode a "evolução" em si mesmo evoluir?

Dentro da MOQ, Pirsig deixa explicitamente claro que o universo é para ser entendido em termos de evolução. O sistema de Pirsig é estático, como qualquer outro. Pirsig é claro também quando diz que sua evolução é a verdadeira evolução ( darwinista ) - que tem uma direção ao invés de ser um padrão sem significado de mudanças. Na verdade, está evoluindo acima o melhor do pior.
No qual tem a seguinte sequência:

No passado, não havia MOQ.
No presente, há a MOQ (um improviso da SOM).
No futuro, a MOQ será recolocada ou evoluir para um sistema melhor.